Hidratação: beber água demais faz mal à saúde?
Que a hidratação é
de extrema importância você seguramente já sabe. Quem corre se depara com com
uma série de recomendações para beber
bastante água, sobretudo durante e após a prática de exercícios
físicos. Mas o que acontece se colocarmos no nosso corpo mais líquido do que
necessitamos?
Beber
água demais faz mal?
Por que bebemos 2,5 litros de água?
A disseminação da ideia de que beber muita água por dia é necessário começou em
1945, quando o National Research Council, instituto norte-americano de pesquisas
científicas, publicou um artigo aconselhando que um adulto deve ingerir oito
copos do líquido por dia, algo em torno de 2,5 litros.
O instituto, no entanto, não levava em consideração que o organismo também
aproveita outras fontes de água. A melancia, o alface e o tomate, por exemplo,
contam com mais de 90% de água em suas composições.
Em 2002, o pesquisador Heinz Valtin decidiu revisar a literatura sobre o assunto
na revista American Physiological Society com
o artigo “Beba menos de oito copos de água por dia”.
Faz mal?
Uma de suas conclusões é que não existia documentação científica que apoiasse a
recomendação para beber em média 2,5 litros de água por dia. Além disso, beber
água demais, principalmente em um curto espaço de tempo, pode provocar a hiponatremia,
uma diminuição na concentração de sódio na corrente sanguínea.
Cada litro de suor eliminado durante a prática de atividade física faz com que o
corpo perca aproximadamente um grama de sódio. Beber grandes quantidades de água
pode diluir o sódio presente na corrente sanguínea e levar a um quadro de
hiponatremia.
Em entrevista ao jornal espanhol El País,
Lluís Serra-Majem, membro do Centro de Investigação Biomédica em Rede e diretor
de Estudos Avançados em Hidratação da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria,
diz que “não é certo que consumir mais água do que o recomendado ajude a
emagrecer ou melhore a saúde”.
Segundo ele, tudo depende de um fator simples: a sede.
Respeitar o que o corpo perde é um bom caminho. “Tudo depende da sede. O ser
humano sobreviveu dos primórdios até o século XXI bebendo apenas por
necessidade. Agora bebemos porque temos mais acesso à informação e pensamos em
um determinado número de copos de água por dia”, completou.
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